Perséfone, advogada nossa

Proserpine ou Proserpina (para os gregos), Core (para os romanos) é esposa de Hades, filha de Deméter e Zeus.
Portadora de grande beleza, assim como Afrodite, encantava muitos pretendentes; sua mãe agia sempre com muita superproteção e sempre a observava.
Quando conseguiu a permissão para conhecer a Terra, se sentiu maravilhada com o que aqui existia; cansada, se deitou e dormiu; neste momento, o solo abriu uma fenda e de lá surgiu Hades, emergindo do submundo e a raptou.
Quando acordou, se encontrava nos domínios de Hades; ele tentou acalmá-la de várias maneiras, mas ela relutava para fugir do local; ele então esperou que a jovem sentisse fome e comesse algo de seu banquete. O banquete de Hades era proibido para qualquer ser, mortal ou não, aquele o comesse teria terrível fim; quando Proserpine sentiu fome, Hades lhe ofereceu uma romã para saciar a fome. A deusa comeu várias romãs, com isso, ela adquiriu todos os segredos do submundo e sobre a morte.
Após algum tempo, sua mãe chegou ao submundo junto à Hermes, sua mãe ferozmente defendeu a filha e a levou de volta ao Olimpo. Proserpine estava diferente, em seus modos e atitudes, Deméter então descobriu que sua filha havia comido do banquete de Hades e deveria viver no submundo; em um acordo, Deméter aceitou que a filha fosse ao submundo, mas que ela voltasse para o Olimpo durante metade do ano; Hades aceitou e em troca pediu a jovem em casamento.
Hermes havia se apaixonado pela beleza de Proserpine e logo iniciaram um relacionamento, quando ele ia se casar com ela, Deméter interferiu e a entregou a Hades, mesmo não gostando que sua filha vivesse com ele, ela deveria manter o acordo e além de tudo, é deusa das leis; aceitando o casamento da filha e de Hermes, estaria indo contra os próprios ideais; entretanto, Hermes sempre tentava resgatar a amada.
No submundo, Proserpine devia agir diferente, com punhos de ferro, assim como seu marido; afinal, agora era rainha dos mortos e do submundo. Sempre que descia ao submundo, era chamada de Pérsefone, e assim reinava até voltar para o Olimpo. Com Hades, deu a luz a Macária, deusa da boa morte.
Atributos da deusa:
Proserpine: deusa da agricultura, junto com Deméter.
Perséfone: deusa da morte e rainha do submundo, protetora das trevas e guardiã dos segredos e mistérios do submundo.
Como era representada?
Maior parte de suas representações é encontrada vestida, ou então nua (menos comum).
Sempre de grande beleza e algumas vezes, segura uma romã, representando Proserpina ou sentada em um trono segurando fumo negro, representando Perséfone.
Advogada dos mortos:
Perséfone nunca aceitou o casamento com Hades, entretanto, era obrigada a se sentar no trono pelo fato de ter se alimentado da romã e se casado com ele.
Apesar de ser deusa da morte e rainha do submundo, sempre ajudava os espíritos recém-chegados. Para não serem mandado ao Tártaro, ela se opunha ao marido e atuava como advogada do espírito, salvando muitos do sofrimento eterno.
Além de ajudar os espíritos, ela ajudava os vivos que se aventuravam no submundo. Quando Orfeu desceu ao submundo em procura de sua esposa falecida, ele queria voltar ao mundo dos vivos, mas Hades não aceitava esse retorno; ela pediu então que Orfeu tocasse sua música, ao tocá-la, Perséfone alegou que havia sido alegrada e que os mortais precisariam dele para possuírem alguma alegria enquanto vivos. Hades aceitou que Orfeu voltasse pelo fato de ter agradado sua amada esposa.
Perséfone e Afrodite:
Perséfone ou Proserpina era detentora de grande beleza física. Afrodite possuía inveja da beleza da deusa, porém, quando recebeu o título de mais bela entre as deusas, Perséfone guardou parte de sua beleza dentro de uma caixa para que não fosse comparada a Afrodite, e esta caixa era mantida no submundo.
Casal sem brigas divinas:
Perséfone e Hades eram um dos casais de deuses de alto poder e "fama" que possuiram menos brigas de relacionamento.
Perséfone passou a amar Hades, entretanto possuía Adônis (o homem mais belo) como seu amante. O seu amor por Hades sempre era maior.
Uma única vez que Hades tentou a trair, Perséfone descobriu. Ele se sentiu atraído com a ninfa Menthe, Perséfone por sua vez, transformou a ninfa em flor e fez com que brotasse as margens do Estígie.
Perséfone e a idéia de reencarnação:
Com o mito de Perséfone, os gregos iniciaram idéias de que o espírito dos que morrem vagam por algum tempo no submundo e após um determinado tempo, estes espíritos reencarnavam, totalmente diferentes da vida anterior; com apenas alguns traços da vida anterior.
A idéia de vida pós morte e reencarnação foi adotada em muitas outras religiões, principalmente pagãs.
Rituais para a deusa:
Suas comemorações eram feitas nos dias 31 de Maio e as pessoas sempre pediam uma passagem tranquila para o lado dos mortos, que a estadia no submundo não fosse assustadora e que ela protegesse suas almas.
Eram entregues oferendas e banquetes a deusa e com ela, surgiram os funerais, que foram se aprimorando até os que conhecemos hoje.
Perséfone nos dias atuais:
Perséfone é mais relembrada do que sua forma como Proserpine, entretanto, novamente recebe oferendas e rituais feitos em sua homenagem e sempre em pedidos de uma morte tranquila e proteção para o espírito quando desencarnado.
A seção de mitologia de hoje se despede com um grande abraço e que Perséfone lhes proteja o espírito e seja a advogada que nós necessitamos no outro lado.

1 Response to "Perséfone, advogada nossa"

  1. Ricardo says:
    19 de julho de 2014 às 22:41

    Eu me cago de medo de Perséfone.

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